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4 de novembro de 2009

As causas da violência.

 A taxa de violência, embora cresça, ela não cresce de uma forma homogênea. Existe uma certa heterogeneidade(diversidade). Ela aumenta em alguns países mais, em outros menos. Mesmo no Brasil, nós podemos perceber taxas diferenciadas. E não há lógica com relação ao crescimento populacional. Dados publicados por alguns jornais e também pelo Ministério da Justiça, falando sobre a violência nos Estados, mostram a variação no índice de homicídios nas últimas duas décadas, no Brasil.
 No Brasil nós temos uma violência histórica, cujas raízes não derivam necessariamente do que denominamos hoje de globalização, mundialização, mas são causas históricas derivadas da grande concentração de renda, da grande concentração de terras, da impunidade.
 O problema é que a essas causas históricas somam-se novas. Se nós temos, por exemplo, delitos, crimes derivadas do atraso, do arcaísmo, surgem agora também delitos, crimes que derivam do que chamamos de modernidade ou pós-modernidade. Nós estamos expostos à dupla lógica: à perversidade do atraso e à perversidade da modernidade.
Quando nós procuramos entender a questão da violência, verificamos que ela também cresce nos países desenvolvidos e ela cresce tendo em vista uma modificação radical nessas sociedades. A partir do momento em que nessas sociedades se tornou hegemônica a ideologia neoliberal(neoliberalismo regula as relações entre os indivíduos,reduz gastos públicos,aumenta os impostos,promove investimento privado,incentiva o crescimento da economia e duminuiçao do desemprego), a partir do momento em que o estado desaparece ou se enfraquece no sentido de gerenciar, administrar a sociedade, e isso se transfere para o mercado, esses problemas passam a ocorrer de forma mais aguda. Se fizermos uma análise histórica, verificamos que existia uma sociabilidade que era desenvolvida por uma série de instituições, por exemplo, a família, a Igreja, a escola.
Estas instituições foram, em diferentes momentos e em diferentes sociedades, agências socializadoras e que produziram um tipo de homem e um tipo de mentalidade adequado ao seu projeto. E de certa maneira estas agências socializadoras tinham como pressuposto uma solidariedade social. A partir do momento em que estas agências socializadoras se enfraquecem, o mercado passa a ocupar o seu lugar e o mercado, enquanto agência socializadora, não tem nenhum mecanismo que procure tratar o homem como um ser humano.

O mercado não possui nenhum mecanismo que promova a realização de uma solidariedade social. O mercado busca produzir clientes.

Revista Mundo Jovem/março2009
Adão Clóvis Martins dos Santos,

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