Causas e soluções. A degradação do meio ambiente, em geral expressa pelo desflorestamento resultante da agropecuária extensiva e irracional, é uma das causas básicas da destruição ou ameaça de extinção de dezenas de espécies da fauna e flora. Outra causa importante são os altos lucros advindos, por exemplo, da comercialização do marfim de elefantes, das penas coloridas de numerosas aves ou do chifre de rinocerontes - a que se imputam propriedades mágicas de cura. A explosão demográfica é outro fator de relevo em países do Terceiro Mundo, especialmente a Índia, em que se destrói rapidamente o habitat do tigre e de sua presa principal, o antílope sambar. A defesa das espécies ameaçadas de extinção deu origem ao World Wildlife Fund (Fundo Mundial para a Vida Selvagem), cujo símbolo é o panda-gigante, gracioso animal que só subsiste, em pequeno número, em algumas florestas do Himalaia e em jardins zoológicos.
Espécie ameaçada de extinção é aquela (1) cujo número de exemplares diminui a ponto de pôr em risco sua sobrevivência; (2) capaz de ser prejudicada por espécie exótica e de aparecimento recente, predadora ou competidora, sobretudo nos casos de baixo potencial reprodutivo ou alimentação especializada; (3) cujo habitat está em processo de destruição ou modificação brusca, a ponto de não poder manter uma população que garanta a continuidade da espécie.
A extinção de espécies vivas é fenômeno inerente à própria natureza da vida terrestre e, como tal, ocorreu em todos os tempos, por motivos diversos. O desaparecimento dos dinossauros na era cenozóica, em virtude de alguma catástrofe ainda não esclarecida, foi o primeiro grande fato desse tipo que despertou o interesse dos estudiosos.
Em vista da difícil situação de muitas das espécies ameaçadas, as organizações de conservação da natureza elaboraram uma lista dos animais submetidos a sério risco de extinção. Encontram-se entre estes o alce-anão da Califórnia, a baleia-azul (a maior de todas as espécies vivas), a chinchila, o iaque-selvagem, o leão-asiático, o leopardo-da-anatólia, o lince-da-espanha, o órix-da-arábia, o panda-gigante, o rinoceronte-de-java, o tigre-da-sibéria (o maior de todos os felídeos), o faisão-imperial, o grou-americano e o esturjão-de-cabeça-chata.
Espécies brasileiras. Sob um acelerado processo de degradação ambiental, quer no que ainda possui da mata atlântica, quer na vasta planície amazônica, o Brasil começou a tomar consciência, nas últimas décadas do século XX, da ameaça crescente sobre a vida animal e vegetal em seu território. Algumas espécies de sua fauna despertaram preocupações e medidas internacionais, como o mico-leão-de-cara-dourada, de que se criaram em cativeiro nos Estados Unidos diversos exemplares, mais tarde reintroduzidos no habitat original com cuidados especiais.
Cabe ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) a fiscalização das reservas ecológicas e parques nacionais, assim como o controle das atividades de caça e pesca e a repressão ao comércio ilegal de animais ou plantas ameaçadas. Além da instituição oficial, grande número de organizações não-governamentais se ocupa da preservação das espécies em risco e de seus habitats. Entre os animais e plantas brasileiros ameaçados de extinção sobressaem, entre os mamíferos, o muriqui ou mono-carvoeiro, três espécies de mico-leão e duas de uacari, o lobo-guará, a ariranha, a lontra, duas espécies de cachorro-do-mato e o veado-campeiro; entre as aves, o macuco, a harpia ou gavião-real, a ararinha azul, o papagaio-do-peito-roxo e pelo menos quatro espécies de beija-flor; entre as plantas, no meio de 13 listadas, o gênero Laelia, de orquídeas, era um dos mais atingidos.
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